terça-feira, 4 de agosto de 2009

As mulheres, com toda certeza, não são todas iguais. Quem diz isso ou é burro ou não conhece nem um pouco as mulheres.
Saindo do bar, com uma garrafa de conhaque na mão e com oito reais a menos no bolso, encontrei com uma velha amiga. Não a via desde que tinha saído da cidade. Esse tempo lhe tinha feito muito bem, seu cabelo estava mais bonito assim como sua pele. Senti que ela queria dizer o mesmo de mim, mas sua honestidade não permitiu.
-Como assim você por aqui?
-É voltei faz pouco.
-Eu nem lembro quando foi a última vez que eu te vi. Você está diferente!
Diferente era um jeito de amenizar as coisas. Eu estava acabado, com os cabelos mal cortados, barba grande, mais gordo. A única coisa de que eu podia me orgulhar nesse momento era de ter tomando um banho há pouco.
-Vou fingir que isso foi um elogio. Você está cada dia melhor. Não me diga que ainda está com aquele cretino.
-Não fala assim dele! Me deixa triste.
-Desculpe linda, não vejo outro jeito de me referir a ele.
Disse sendo o mais sincero que podia. O cara era um canalha, não do tipo que eu admiro, mas daqueles que chegam a dar nojo.
-Talvez você não precise mais falar dele. Ele faleceu há quase um ano.
Seus olhos se entristeceram, eu fiquei realmente constrangido. Tenho certeza que não consegui esconder um certo risinho ridículo no canto da boca.
O fato era que o cara sempre foi um merda. Conheci-o em um antigo emprego meu. Era um ser desprezível, que conseguiu subir na vida pisando em colegas e com ela não foi diferente. Não me espantei em saber que ela estava bem melhor agora sem ele.
-Bom. Não sei como dizer isso de uma forma correta. Acho que fico chateado, não queria que você passasse por momentos difíceis – Eu disse.
-Tudo bem. Mas o que você faz com uma garrafa de bebida em baixo do braço.
-Não mudei tanto – Aproveitei a chance de melhorar o humor da conversa.
-Não mesmo, me liga amanhã?
Anotei seu telefone na palma da mão, não que eu iria ligar, apenas por formalidade.
Virei a esquina, ao som de cachorros latindo fui embora pensando como seria difícil me adaptar a essa cidade novamente.

2 comentários:

Renan Vieira disse...

fera o conto magro, tem q juntar todos e fazer um livro.

Thaís Bett disse...

Quase ngm entra pq vc quase nao escreve. Escrendo assim e com mais frequencia, tera q mudar o nome do blog.
Parabéns cunhado!