sexta-feira, 20 de março de 2009

Memórias de Ressacas

Então eu estava de novo naquele bar. Com certeza era o mesmo bar de sempre, mas tinha algo diferente. Tentei não pensar nisso e pedi ao garçom, esse sim era o mesmo, uma dose.
Sentei na minha mesa de costume, não que eu seja supersticioso, talvez até seja um pouco, mas eu gostava dali. Me sentia como num mirante. Daquele canto do bar eu podia olhar quase tudo o que estava acontecendo no ambiente. As vezes eu me perguntava por que fazia isso, por que eu parava ali, bebia e reparava nas pessoas. Acho que era pra achar alguém mais deprimente do que eu. Em alguns lugares é difícil, lá era fácil, quase tão fácil quanto em uma agência de banco.
Um bêbado veio falar comigo:
- Ei! Cara! Porra, quanto tempo eu não te vejo?
Eu realmente acho que deveria fazer algum tempo, pois eu, sinceramente, não lembrava da cara do sujeito. Se fosse de um tempo recente, com certeza, eu estava muito embriago. O cara vestia uma camiseta com uma estampa estranha, eu não conseguia entender o que aquele desenho queria dizer, mas de algum jeito aquilo me chamava atenção. Depois de alguns segundos achei razoável responder alguma coisa pro cara. Fiz o melhor que pude.
- É verdade irmão, ando um pouco sumido.
- Você tem que aparecer mais por aqui cara, isso aqui está cada dia melhor.
- Farei o possível. Devo ter mais tempo livre nos próximos dias. – Isso não era verdade. Podia até ser quase verdade, mas não totalmente. Eu teria muito tempo livre como sempre, principalmente desde que tinha voltado a cidade.
O (des)conhecido foi para outro lugar do bar, o que me deu um certo alívio, se ele começasse a fazer perguntas sobre o tempo em que andávamos juntos eu ficaria meio sem jeito. Eu realmente não lembrava daquele cara.
Uma coisa que ele disse me fez pensar. De onde que aquele desgraçado tinha tirado que essa espelunca estava melhor? Parece-me ter mais gente, mas pra quem quer só sentar e beber isso não é necessariamente bom. Talvez o público feminino tenha aumentado. Eu olhava para aquelas mulheres, algumas belas, poucas na verdade. Nenhuma me chamava atenção. Seus rostos eram vagos e tristes, apesar de elas estarem sempre sorrindo. Sorriso estúpido, idiota. Aquela merda quase me fazia vomitar.
Comecei a falar comigo mesmo. Vamos deixar bem claro que eu não sou uma pessoa agradável, mas já tinha me acostumado:
– Ou eu tenho que largar de ser teimoso e aceitar que as coisas mudam, os bares mudam, ou eu tinha que sair dali.
Escolhi a segunda opção.

4 comentários:

Renan Vieira disse...

po magrelo
muito fera o conto mas acho q vc ta lendo muito bukowisk ou seila como se escreve euheuheuheuheuheuh

Thaís Bett disse...

certeeeza. Renato inspiradão!
Muito bom!

Rauster Campitelli disse...

E ai kra, blz? Meu nome é Rauster e sou acadêmico de Jornalismo da Uniderp. Estamos fazendo um trabalho de TV(para o início de junho)que consiste em montar um programa completo, nesse programa um dos quadros será sobre musik, e nesse caso falaremos sobre rock, ou a sobrevivência do msmo em nosso estado. Kra, se vc puder ajudar vai ser ótimo, ja q precisamos de uma fonte q faça parte desse cenário musical e q possa comentar a respeito do assunto. Meu e-mail é raumont1@hotmail.com e meu cel. é 92514173. Espero sua resposta, desd já agradeço. Flw, abraço

Unknown disse...

slguem entra no meu blog???? pf www.blogdabiahbarbon.blogspot.com